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segunda-feira, 9 de julho de 2012
sexta-feira, 2 de março de 2012
NOTICIAS2012!!!!!!!!!!!!!!
goglee
O Google nos espia.
É
objetivamente difícil navegar sem nunca acabar naquele que é, para
muitos, simplesmente um colorido motor de busca, veloz e intuitivo e
cujo lema tranquilizante é "não seja mau" [don't be evil]. O slogan foi
escolhido pessoalmente pelos dois fundadores, os ex-estudantes
universitários de Stanford Sergey Brin e Larry Page, e talvez deve ser
atualizado, dada a agressiva "política de anexação" iniciada pelos seus
administradores. A Google Inc. adquire sociedades, aumenta os serviços,
está se propondo na prática como o guichê único para as nossas
necessidades online.
O Google nos espia.
Traça e registra os nossos movimentos na rede.
Vê aquilo que buscamos, vê aquilo que lemos ou assistimos.
Sabe onde estamos.
Conhece os nossos interesses,
também aqueles que queremos manter escondidos.
Controla o conteúdo e os destinatários dos nossos e-mails.
Poucos sabem disso, alguns suspeitam,
quase todos ignoram,
mas é exatamente assim.
Ele nos espia. E depois nos
arquiva, conservando a imensa quantidade de informações que se referem a
nós em um banco de dados durante um ano e meio. Oito em cada dez
italianos que usam a Internet acabam no banco de dados do Google. Quanto
mais conseguir nos conhecer, mais específica, correspondente aos nossos
gostos e, portanto, eficaz será a publicidade que ele nos fará
encontrar nos sites que visitamos.
Para
os cérebros do marketing, é simplesmente uma "behavioral advertising",
publicidade personalizada. Os defensores da privacidade, ao contrário,
usam um termo mais assustador: "profiling". "Perfilamento" dos usuários.
Quase todos os maiores operadores de Internet fazem isso. Mas nenhum de
maneira minuciosa quanto o gigante de Mountain View. Mas quantas
informações o colosso da rede consegue recolher?
Mãos na rede
Segundo uma pesquisa da
universidade californiana de Berkeley, a Google Inc. (23,6 bilhões de
dólares de faturamento em 2009) é capaz de controlar a traçar os
movimentos de quem usa a Internet em 88,4% da rede. Diretamente, por
meio dos seus sites "cult", como o motor de pesquisa, o serviço de
correio eletrônico (gmail.com), YouTube, Google Maps, Picasa.
Mas também indiretamente, graças
aos softwares gratuitos usados por milhões de bloggers, administradores
de sites e empresas. Por exemplo, o Google Analytics – o aplicativo que
permite contabilizar o tráfego de um portal –, o AdSense, o serviço de
inserções publicitárias. Resultado: o banco de dados do Google é o mais
vasto hoje existente e também o que contem o maior número de informações
sobre um usuário único.
É
objetivamente difícil navegar sem nunca acabar naquele que é, para
muitos, simplesmente um colorido motor de busca, veloz e intuitivo e
cujo lema tranquilizante é "não seja mau" [don't be evil]. O slogan foi
escolhido pessoalmente pelos dois fundadores, os ex-estudantes
universitários de Stanford Sergey Brin e Larry Page, e talvez deve ser
atualizado, dada a agressiva "política de anexação" iniciada pelos seus
administradores. A Google Inc. adquire sociedades, aumenta os serviços,
está se propondo na prática como o guichê único para as nossas
necessidades online.
E agora também está nos
celulares. Com o Admobile, está invadindo o setor dos aplicativos
publicitários para celulares. O Android, seu sistema operativo que
permite o acesso veloz à Internet, é utilizado em um em cada três
celulares nos EUA. Mas a Google Inc. faz dinheiro com eles sempre do
mesmo modo: vendendo publicidade.
Sempre interceptados
O jornal La Repubblica assitiu
ao vivo o "perfilamento", graças a Matteo Flora, especialista em
segurança na Internet, chefe da TheFool, uma sociedade que oferece
serviços anticatalogação. Navegamos por dez minutos, como qualquer
usuário faria: visitamos o site do La Repubblica, lemos uma notícia que
falava de Berlusconi, depois a notícia da passagem de Mourinho para o
Real Madrid, passamos para um site de venda de automóveis, vimos uma
entrevista com o diretor James Cameron, depois controlamos a nossa conta
no banco e enviamos uma mensagem a um amigo no Facebook.
Em outro computador – dotado com
um software capaz de fazer o "profiling" –, pudemos ver com os olhos do
Google. Resultado: ao número 4344222, identificativo do browser (o
software de navegação, nesse caso o Explorer), estava associado o nosso
nome e sobrenome, obtido no momento do acesso ao Facebook. Depois, uma
lista de palavras: Berlusconi, Repubblica, esquerda, política, oposição,
Bersani, banco (e o nome do nosso instituto), Inter, Mourinho, Real
Madrid, futebol, esporte, filme, cinema, Avatar, 3D, Cameron, aventura,
automóvel (e a indicação de um modelo específico clicado por nós mais de
uma vez), utilitário, usado. Classificadas por importância.
"O Google personaliza os
anúncios com base nos nossos reais interesses", explica Matteo Flora.
"Por isso, a publicidade não é mais uma chateação, mas se torna até
útil. E remunerativa para quem a propõe. Por isso, um usuário que navega
habitualmente em sites de automóveis irá se encontrar em todo o lugar
com anúncios de venda de carros, até em portais que não têm nada a ver
com esse setor".
Tecnicamente, portanto, o Google
é uma megaconcessionária de publicidade, que conseguiu resolver de uma
vez por todas o antigo problema do alvo, aquele sobre o qual gerações de
vendedores bateram a cabeça. Porém, tudo a despeito da nossa
privacidade.
"É o preço que pagamos pelos
custosos produtos que o Google distribui gratuitamente", explica Flora.
"De fato, com a navegação, oferecemos inconscientemente dados pessoais e
dados sensíveis, referentes, por exemplo, à orientação sexual, à saúde,
à religião, que nem os serviços secretos mais intrusivos poderiam ter".
Como se fôssemos todos interceptados 24 horas por dia.
A defesa
A empresa de Mountain View, a
sociedade com a melhor reputação do mundo, segundo a revista
norte-americana Forbes, não está se considerando a versão até agora mais
completa do Big Brother orwelliano. "Nós não espiamos ninguém", diz
Marco Pancini, European Senior Counsellor do Google. "É verdade que
registramos a navegação dos usuários para criar um elenco personalizado
de categorias de interesse, mas tudo ocorre de maneira anônima. Os
perfis são associados a um código numérico, nunca a um nome e a um
sobrenome, como indicamos na seção 'privacy' do nosso site. Querendo,
pode-se depois decidir por desativar o rastreamento, fazendo o chamado
'opt-out' [para isso, basta baixar este plugin nos computadores que você
usa]. E há softwares que podem ser baixados que bloqueiam o
'perfilamento'".
Mas tudo isso fica a cargo do
usuário, e quem não é especialista dificilmente se dá conta dessas
operações. O Google, além disso, nunca pede explicitamente o consenso
pela coleta e pelo tratamento dos dados. Ele faz e deu. Outro ponto
frágil: a certeza do anonimato. Como documentamos durante a demonstração
de Flora, descobrir a identidade de qualquer pessoa que, durante a
navegação, acessa sua própria conta de correio eletrônico ou do Facebook
é muito simples. "A nossa empresa controla para que os perfis
permaneçam anônimos, separados das contas registradas. Nunca fazemos o
cruzamento dos dados", responde Pancini. Mas quem controla os
controladores?
As dúvidas dos fiadores
Na Internet, explodiu o negócio
do rastreamento. Os bancos de dados se tornam mercadoria preciosa para
quem opera em um setor – o da publicidade online – que movimenta 23
bilhões de dólares por ano. Uma pesquisa do Wall Street Journal
demonstrou que, navegando nos 50 sites mais populares dos EUA,
deparamo-nos com o computador infestado por 3.180 arquivos específicos
para o perfilamento. Cookies, FlashCookies e os neonatos Beacon:
softwares invisíveis capaz de, em alguns casos, informar a idade, o
sexo, o código postal, a renda, o estado civil, as condições de saúda do
usuário. Espiões digitais usados principalmente pelo Google, pela
Microsoft e pela QuantCast Corporation, mas também por uma miríade de
pequenas empresas, que farejaram o negócio e se especializaram na coleta
e na venda no atacado dos nossos segredos, com 50-100 mil perfis
estocados. Um mercado que gera bilhões de dólares.
Justamente por causa do medo de
ficar atrás nessa corrida, a Google Inc. teria potencializado o
perfilamento dos seus usuários, como parece demonstrar um documento
reservado de sete páginas de 2008 – publicado pelo jornal
norte-americano –, do qual se deduzem as dúvidas da empresa e as
propostas para remodelar as estratégias no setor da publicidade.
Não é por acaso, portanto, que
um relatório da Privacy International, a ONG inglesa que se ocupa de
monitorar os ataques à privacidade lançados por governos e empresas,
colocava o Google, ainda em 2007, no primeiro lugar da classificação dos
"maus da Internet". "Ele não pede a autorização para o tratamento dos
dados, tem acesso a informações pessoais que vão além do tráfego online,
como hobbies, empregos de trabalho, números de telefone. Recolhe os
relatórios das pesquisas por meio da sua Toolbar sem especificar por
quanto tempo os conservará", escrevia há três anos. O Google nunca
desmentiu esse relatório.
As autoridades internacionais
estão tomando consciência do problema. Nos EUA, a Comissão Federal para o
Comércio propõe que se obrigue os projetistas de browsers a inserir
mecanismos de bloqueio do rastreamento. Simples, intuitivos e fáceis de
serem ativados. No Canadá e na Austrália, as comissões parlamentares
para a privacidade iniciaram investigações sobre o Google. Na Alemanha, o
governo está avaliando se proíbe o Analytics, usado por 13% dos
domínios alemães.
O Google utiliza as informações
sobre os usuários só com objetivos promocionais, mas o que aconteceria
se acabassem nas mãos erradas? Talvez, naquelas mãos pouco limpas dos
serviços secretos corruptos? Ou naquelas de uma empresa concorrente à
nossa, capaz de corromper um funcionário, ou nas de um simples empregado
do Google?
As relações perigosas
A literatura a respeito é
confusa e cheia de histórias e bastidores que acabam se perdendo naquele
campo ambíguo que confina quase sempre com o mundo turvo dos 007 e dos
escândalos diplomáticos. O caso do uso distorcido desses dados parece
ter sido o que levou à saída temporária do Google do mercado chinês
(depois que os hackers do governo haviam conseguido tomar posse de uma
enorme quantidade de informações sobre os dissidentes). Mas pode-se
encontrar um exemplo ainda melhor analisando o caso norte-americano.
O Google "is in bed with the
CIA", ou seja, está na cama com a CIA, declarou o ex-espião Robert David
Steele (foto), em 2006, alarmando a comunidade da Internet. Steele
recém havia abandonado o cargo de recrutador clandestino justamente por
causa da CIA. Acusava e acusa ainda hoje o Google por compartilhar
informações privadas com os serviços secretos norte-americanos.
Steele
também dá um nome: Rick Steinheiser, responsável pelo escritório de
pesquisas e desenvolvimento do Google. Seria ele o homem de contato com
os serviços. Uma relação, segundo o que foi reconstruído por Steele, que
nasceu em 1998. O Google havia recém nascido e estava em dificuldades
econômicas e, naquele momento, teria recebido financiamento da CIA. Os
laços porém não acabam aqui. Em 2004, Rob Painter, diretor da repartição
de tecnologias da In-Q-Tel, uma empresa que desenvolve tecnologias por
conta da CIA, tornou-se, surpreendentemente, Senior Federal Manager do
Google.
"Ele espia a todos nós", reforça
Steele. "Apesar da boa reputação que tem junto à opinião pública.
Infelizmente, vocês não encontrarão nenhuma outra pessoa que fale disso.
Tudo o que irão achar serão perguntas sem respostas". E perguntas,
percorrendo a história comercial do gigante californiano, existem
inúmeras. Por que o Google vendeu recentemente alguns servidores à CIA e
à National Security Agency? E por que forneceu aos serviços secretos
norte-americanos a Intellipedia, um software que permite administrar e
consultar via web um enorme bando de dados usado pelos espiões de todo o
mundo? De Mountain View, só chegam respostas de circunstância. Segundo
Steele, os repetidos atritos públicos entre a multinacional e o
departamento de Justiça norte-americano, sobre questões de privacidade e
de falta de colaboração, também seriam só uma medida midiática para
salvar a fachada da empresa.
Sem autorização
"Qualquer um que queira tratar
dados pessoais e dados sensíveis – explica o advogado italiano Gianluca
Gilardi, especializado em relações industriais e privacidade – tem a
obrigação de pedir a autorização do usuário, especificando também o
objetivo do tratamento. O Google não faz isso".
E não só: ele foge da nossa
jurisdição: "A empresa está na Califórnia, responde às leis
norte-americanas. Não pode nos dizer onde os bancos de dados estão
fisicamente. Nem eles sabem onde estão. Os nossos perfis estão
pulverizados em 450 mil servidores espalhados em todo o mundo. Agora,
talvez estejam na Singapura, em um minuto estarão na Rússia".
domingo, 26 de fevereiro de 2012
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